O número de pontos conquistados por cada equipa no campeonato está fortemente correlacionado com o investimento que é feito no plantel. Assim, comparei o custo de aquisição de cada plantel (ver detalhes nas notas, no final) com os pontos conquistados por cada uma das equipas das cinco principais ligas europeias: Espanha, Inglaterra, Alemanha, Itália e França.
Eis o resultado (clique para ampliar):
As equipas que mais se têm destacado pela positiva, ou seja, que têm maior diferença entre os pontos que conquistaram e aqueles que se esperaria que conquistassem, dado o custo do seu plantel são, por ordem:
Leipzig,
Nice,
Colónia,
Frankfurt,
Atalanta,
Hertha,
Liverpool,
Sevilha,
Lazio,
Chelsea,
Hoffenheim,
Arsenal,
Milan,
Real Sociedad.
Valerá a pena espreitar estas equipas, porque os seus treinadores deverão estar a fazer alguma coisa bem. E, se há casos que não passam despercebidos a ninguém, como o Leipzig, Nice, Liverpool ou Sevilha, há na lista outros a quem não têm tido o destaque que talvez mereçam, como são os casos de Colónia, Frankfurt, Atalanta ou Hertha.
Também há desilusões. Entre as principais equipas europeias, as que estão mais longe daquilo que o seu investimento faria supor são, por ordem:
Wolfsburgo,
Manchester United,
Valencia,
Inter,
PSG,
Monchengladbach.
Aqui são particularmente procupantes os casos de Valencia e Inter, que já o ano passado figuravam nesta lista de equipas que aproveitam mal os milhões investidos. A situação de Mourinho também não é nada abonatória, dado que, depois de aparecer nesta lista com o Chelsea, agora aparece com o Man. Utd.
*Notas
sobre a construção do gráfico:
- Apenas é considerado o dinheiro
investido na aquisição de jogadores que estão atualmente no plantel, de acordo
com o CIES – Football Observatory. Segundo este critério, Messi, Lewandowski e
Ibrahimovic, por exemplo, não exigiram nenhum investimento de Barcelona, Bayern
e Manchester United, respetivamente. Assim, o custo de aquisição do plantel não
é uma medida perfeita da qualidade do mesmo.
- Os valores que usei estão
standardizados. Ao custo de cada plantel subtraí a média do custo dos plantéis
do seu campeonato e, depois, dividi pelo desvio padrão. Assim, a cada clube é
atribuído um número de forma a que a média de cada campeonato seja zero e o desvio
padrão 1. Estes números standardizados podem ser comparados, mesmo entre clubes
de países diferentes, o que não aconteceria se comparássemos valores absolutos.
É que, por exemplo, o plantel do Burnley custou € 56 M e o do Bordéus custou €
47 M, mas enquanto um é o terceiro mais caro de França, o outro é o mais barato
de Inglaterra.
- Estes números standardizados
facilitam a leitura da informação. Dado que a média é zero e desvio padrão é
um, isso significa que, num clube com um valor acima de 2, por exemplo, o custo
do plantel está mais do que dois desvios padrões acima do custo médio dos
plantéis do seu campeonato. Se o valor for negativo, significa que o custo de
aquisição do plantel foi menor do que a média do seu campeonato.
- Como nem todas as equipas têm o
mesmo número de jogos realizados no campeonato, considerei o número de pontos
obtidos por jogo, ou seja, o número de pontos obtidos dividido pelo número de
jogos.
- O CIES não apresenta informação
para os clubes cujo plantel custou menos de € 10 M no total. Nestes casos (que
não são muitos) considerei o custo do plantel como sendo de € 10 M.